quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Hachura

A hachura tem um papel fundamental como elemento técnico do desenho e foi muito usado pelos velhos mestres para ajustar sutilmente as relações tonais. Neste caso, "o pano para manga" foi explorar a hachura numa abordagem mais gráfica, como instrumento para gerar topografia, textura, ritmo e movimento. Com o "barbudo" em questão, aprendi uma coisa importante, talvez meio óbvia: para representar a luz, a ênfase deve incidir sobre os planos médios e baixos e não sobre os altos, ou seja, em alguns casos, para termos a luz, paradoxalmente não a pintamos.
Essa é uma das razões pelas quais continuo acreditando piamente na idéia de que a arte é muito maior do que pensamos ou imaginamos; sempre nos supera e nos ensina. Se tem algo que aprendi em pintura é a necessidade de sempre manter a mente aberta e flexível, porque a disponibilidade abre espaço para que algo novo aconteça. Como disse Affonso Romano de Sant'Anna, em Desconstruir Duchamp (ed. Vieira & Lent), "não existem formas esgotadas e sim pessoas esgotadas diante de certas formas". Pura verdade.

2 comentários: