quarta-feira, 13 de março de 2013

Para se pensar


Trecho do livro El Ojo del Pintor, de Andrew Loomis:
"Cabe sempre o perigo do abuso da liberdade. Na arte, isto significa que o homem, sem conhecimentos e habilidades, possa gozar da mesma liberdade que o técnico instruído. A liberdade está baseada na suposição de que o individuo é moral e socialmente responsável, e concedê-la ao irresponsável é como abrir a porta a alguém que cometeu um crime contra a sociedade. A nova liberdade na arte deixou o pêndulo da criação balançando loucamente. Há pintores que manejam o pincel sem o menor conhecimento dos fundamentos da arte. Temos uma "arte" que faria levantar os antigos mestres de suas tumbas, se pudessem vê-la. O bom está lamentavelmente misturado com o ruim. Contudo, se nada tivesse mudado, a situação da arte agora seria pior. A arte não deve nem pode permanecer estática. Seria o estancamento. Mas não há perigo de que a arte pereça; só morrem as formas artísticas. Com o tempo, a confusão deixará o lugar para a ordem, e aqui e ali nascerão novos conceitos de indiscutível valor. Entretanto, no lugar de desejar todos os conceitos e procedimentos do passado, busquemos os que seguem sendo válidos. Reunamos todo o conhecimento colhido no passado e agreguemos a ele novos conceitos, e a estes logo se agregarão os que se obtém no futuro. Beneficiemos a arte com as técnicas da investigação científica. O homem de ciência nunca deseja uma teoria enquanto não comprova que é falsa ou carente de valor. Condenar o passado porque não forma parte do presente é um proceder tão cego como aferrar-se ao passado só por amor à tradição. É cegueira não ver as novas verdades que podem enriquecer nosso patrimônio. Porque algumas formas de arte se tem tornado caducas, não se deve crer que os conhecimentos fundamentais também morreram com o passado."

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